terça-feira, 27 de abril de 2010

Suape é uma revolução em Pernambuco.

O pernambucano quer voltar

“Aqui só não tem emprego quem não sai de casa.”

É a frase do Carlos, garçom do restaurante Beijupirá, de Porto de Galinhas, perto de Recife.

A meia hora dali fica Suape.
Suape é um porto e um distrito industrial de 14 mil hectares (o maior porto da Europa, Roterdã, tem 5 mil ha).
Tem 96 empresas.
20 plantas em construção.

A General Motors do Brasil também vai para lá.
São investimentos de US$ 20 bilhões, o que é igual a 28 anos de investimentos privados em Pernambuco.
Hoje, Suape emprega, diretamente, 30 mil pessoas.
Quase todos recrutados na região metropolitana de Recife – muitos, filhos de cortadores de cana e pescadores.
Suape será o destino de um ramal da Trans-Nordestina, o que se concretizará ano que vem.
(O outro será Pecém, no Ceará.)

No PAC2, Suape vai construir um terminal açucareiro, um novo terminal de containeres e um terminal de granéis sólidos.
A maior obra de Suape é a Refinaria Abreu e Lima, da Petrobrás, em parceria com a PDVSA, da Venezuela.
(Abreu e Lima foi um militar pernambucano que lutou ao lado de Simon Bolívar.)
A refinaria é a primeira que a Petrobrás constrói em 30 anos.
Ocupará 630 hectares, ou seja, o equivalente a 630 campos de futebol.
Vai produzir, em 2012, 22 mil barris de petróleo por dia.
Em 2010, a refinaria emprega 9 mil trabalhadores.
Custará US$ 13 bilhões.
Em torno da Abreu e Lima serão instaladas unidades para produzir matéria prima para um pólo de indústrias têxteis.

Em torno de Abreu e Lima vão trabalhar seis estaleiros.
E o Brasil voltará a ser um dos fortes produtores mundiais de navios: “a retomada da indústria naval acontece em Pernambuco”, diz Inaldo Campelo, diretor de gestão de Suape.

Dia 3 de maio, o presidente Lula vai lançar ao mar o primeiro deles.
O estaleiro Atlântico Sul, da Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e da Samsung tem 22 embarcações contratadas, mais o casco da plataforma P-55.
92% dos funcionários do Atlântico Sul são pernambucanos.
A Bunge tem em Suape o maior moinho da América do Sul.
Suape tem a ambição de ser um centro produtor de plataformas e sondas para atender à demanda do Pré-Sal.

Suape permitirá que um navio chegue em 7 dias ao porto de Nova York, e, em 9 dias, a Roterdã.
Num raio de 800 km, Suape atinge 7 capitais do Nordeste, que representam 90% do PIB nordestino.

O governador Eduardo Campos criou doze escolas técnicas em doze micro-regiões de Pernambuco.
Uma delas fica em Suape, que já qualificou 3.800 jovens.
Tem um SENAI dentro de Suape.
O Hospital D. Helder Câmara está em construção.
O sistema de transportes integrará ao sistema de metrô e de transporte de toda a região de Recife.
O Governo de Pernambuco não quer reproduzir Camaçari, na Bahia, onde, ao lado de um complexo petroquímico, houve favelização.
Eduardo Campos criou 5 universidades e um Centro de Pesquisa Nuclear.
Eduardo Campos criou também um Centro Fármaco-Químico.
Uma Cidade Digital já existe nas instalações do antigo porto de Recife, com mais de cem empresas.
Suape vai recuperar a casa grande do engenho Massangana, onde viveu Joaquim Nabuco.

Em 2009, o PIB de Pernambuco cresceu 3,8%, enquanto o do Brasil caiu 0,2%.
Pernambuco, sob Eduardo Campos, cresceu muito acima da média brasileira.
É uma China dentro do Brasil.
É a nova locomotiva do Brasil.
“Enquanto pernambucano, devemos tirar o chapéu para o Lula. Ele ajuda não só Pernambuco, mas o Brasil. Muitos pernambucanos já estão voltando.” disse Campelo.
Eduardo Campos tem 43 anos.
Ele dá de 10 a 0 no José Serra, o “economista competente” que não é um nem outro.
Segundo o pernambucano Fernando Lyra, Eduardo Campos será presidente do Brasil.

Georgia Pinheiro e Paulo Henrique Amorim
Publicado em 22/04/2010
http://www.conversaafiada.com.br/economia/2010/04/22/suape-e-uma-revolucao-em-pernambuco-o-pernambucano-quer-voltar/

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